Aos 13:00, uma parte que vale a pena prestar bastante atenção.
Se você era um cidadão Ateniense, você tinha o direito de ir a Ágora, uma espécie de Praça Central onde os Atenienses se reunião periodicamente para debater os temas de interesse público. Lá na Ágora todo mundo tinha o direito para falar sobre o que bem entendesse. Havia apenas uma figura chamada mediador, que era responsável por receber os temas que seriam discutidos, por colocar os temas em ordem e por dar e tirar a palavra a palavra de quem fosse falar.
Mas para garantir que a coisa era realmente livre o mediador era sorteado aleatoriamente entre os participantes da Assembleia e permanecia como mediador por um número limitado de Assembleias até que outro era sorteado, e mais outro, e depois, e por aí vai. Isso para garantir que todo mundo que quisesse falar, falava, e que não havia picuinhas pessoais e qualquer outro tipo de censura ao povo, afinal aquele era o Governo do povo.
O que nós vivemos hoje é um tipo diferente de democracia, diferente da democracia original da Grécia.
Veja então que em uma sociedade onde as pessoas governam em Assembleias Livres para os cidadãos, torna-se muito mais importante uma competência, falar bem em público, ou seja, a arte da oratória e da retórica.
Os homens mais influentes em Atenas na época de Platão eram os que falavam muito bem, que eram capazes de convencer as pessoas através de um discurso sedutor e persuasivo.
Veja que esses eram os formadores de opinião. Esses eram os homens que carregavam as estátuas e objetos atrás do muro da caverna, responsáveis por projetarem as sombras que se tornariam a opinião, o senso comum da sociedade.
Os dias de hoje o mundo mudou muito, mas nós ainda temos formadores de opinião, que, com discursos persuasivos e sedutores levam pessoas a um certo senso comum, a respeito da realidade.
Talvez o principal deles seja os meios de comunicação em massa. E no Brasil, sem sombra de dúvidas, a Televisão e os seus conteúdos, que muitas vezes imbecilizam a população, ao mesmo tempo em que manipulam a informação com o objetivo de favorecer os seus interesses próprios.
Além disso poderíamos colocar alguns políticos, líderes públicos e até mesmo professores, líderes religiosos, personalidades das redes sociais, como formadores de opinião, como aqueles que seguram objetos e estátuas, que são projetadas como sombras no fundo da caverna da nossa sociedade.
Como o objetivo do vídeo de hoje não é para falar do mundo das ideias de Platão, eu vou me limitar a essa breve explicação.
Nos dias de hoje são inúmeras as fontes de combustível para essa chama falsa do conhecimento. Um ótimo exemplo disso é a pseudociência, como por exemplo a astrologia, que é utilizada por muita gente para entender o mundo, para entender as pessoas, para entender porque as coisas acontecem, e por aí vai.
Veja, no entanto, que não existe qualquer evidência científica de que a astrologia é um sistema de pensamento válido. E eu vou repetir e deixar claro, a astrologia é pseudociência, ele é uma falsa ciência. Existe literalmente zero evidência científica de que ela funcione para qualquer coisa que seja., além, e claro, do entretenimento individual de cada um.
Aliás, as evidências científicas, que nós possuímos, mostram justamente o contrário. Que a astrologia é um sistema de pensamento, no mínimo, falacioso. É, no limite, simplesmente falso.
Ao usar esse exemplo – da astrologia, eu sabia que provocaria uma certa sensação de incômodo. Eu sei que nem todos vocês aceitam as ideias da astrologia, mas sei também que muitos aceitam. Por isso eu quis mostrar justamente o que Platão quis dizer na Alegoria da Caverna.
Quando você desprende alguém das correntes, a pessoa continua lá sentada. o ser humano se acostuma ao desamparo e isso inclui um certo comodismo em relação ao senso comum.
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